sexta-feira, 1 de julho de 2016

Manuel Lopes (1945 - 2016) - "Manolo", ou "uma voz inconfundível"


[Realiza-se uma missa de sétimo dia pelo Manuel Lopes na igreja da Encarnação (Largo do Chiado, 15 - Lisboa) na próxima quinta-feira, dia 7 de Julho, às 19h00].

Faleceu o jornalista Manuel Lopes, aos 71 anos. Trabalhou quase sempre como correspondente em Madrid, onde esteve desde os anos de 1970. nomeadamente para a ANOP-Agência Noticiosa Portuguesa, EP (transitando para a Lusa, até 2004) e para a rádio TSF.

Em 19896, Manuel Lopes participou no 2º Congresso dos Jornalistas Portugueses – Deontologia – na secção Correspondentes portugueses no estrangeiro, tendo feito a comunicação "Da deontologia à falta de rigor e de estrutura informativa portuguesa no estrangeiro".

Em Fevereiro de 2016, Manuel Lopes dava um depoimento à TSF, recordando "tempos em que se vivia o entusiasmo e a emoção da informação". Foram 12 anos de reportagens, com uma voz inconfundível. "A TSF deu-me uma experiência nova, a notícia tinha repercussão em Portugal. Quando chegava a Lisboa, o taxista dizia-me: "Conheço a sua voz!" Manuel Lopes foi correspondente da TSF no país vizinho até 2004. Com experiência de jornalismo noutros órgãos de comunicação social, garante que esta rádio deixou marcas. "O entusiasmo, a emoção, a imediatez da notícia e autonomia com que se trabalhava". Entre as muitas reportagens, Manuel Lopes destaca o ataque terrorista em Madrid e a morte de Miguel Angel Blanco, 48 horas após ter sido raptado. Atualmente, Manuel Lopes está reformado, mas diz que não consegue desligar-se da paixão que ficou.

Serafim Lobato, camarada de Manuel Lopes na Agência Noticiosa portuguesa, disse:

Curvo-me perante a memória do "Manolo". A última vez que estive com ele, foi em Lisboa, pouco depois de termos saído da Lusa. Almoçámos. Estivemos a recordar tempos antigos. Naquela altura, o Manel estava dedicado à agricultura na Extremadura ou Andaluzia, agora não sei precisar. A mulher - ele casara tardiamente - herdara uma propriedade dos pais e ele estava todo entusiasmado, pois vendera toda a produção de uva para a região do Dão. Contou-me episódios da sua vida. Fiquei a saber que tinha sido padre católico no bispado de Miranda-Bragança. Entrou em choque ideológico com a Igreja Católica e foi viver para Tui, onde ocupou um cargo na delegação do Turismo de Portugal, indo depois para Madrid.

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