Faleceu o Fernando Valdez. Dedicou muita da sua vida, enquanto quadro das agências noticiosas, à defesa dos direitos dos trabalhadores.
Nota biográfica:
Data de nascimento: 2/9/49
Carteira Profissional nº 458
Formação escolar: quinto ano de Engenharia Química
(incompleto) no IST
Dados proissionais:
Começou a carreira em 1973 nas Publicações Nova
Idade na área do turismo. Após curto período de desemprego (três meses)
ingressou na Agência ANI (princípio de 1975), daí transitando para a ANOP e
posteriormente para a Lusa.
Colaborou ao longo dos anos em diversas publicações, de que
se destacam o semanário O Jornal, o Semanário Económico (desde a sua fundação),
revistas económicas Classe e Exame, revistas semanais Sábado e Época, jornais
diários Correio da Manhã, Diário de Notícias (onde ainda colabora) e Público
(colaborações esporádicas), revista Cadernos Empresariais.
Frequência de acções de formação nas áreas do jornalismo
geral, macroeconomia e telecomunicações.
Foi formador no CENJOR num curso para jornalistas de Cabo
Verde, a quem leccionou macroeconomia e estatística aplicada à economia.
Recebeu dois prémios de jornalismo de seguros e o prémio de
jornalismo económico do INE.
Fernando Valdez, entre Andrade Santos e Maria José
Falcão Trigoso, numa festa de Natal, na ANOP (hoje Agência Lusa), na Praça da Alegria, em Lisboa
Reacções:
Otilia Leitão
Oh! lamento, os meus pêsames à família e amigos. Tenho boas
lembranças do Valdez. Era uma boa pessoa e superou várias afrontas e
"prateleiras" que lhe fizeram ao longo da sua vida profissional. A
classe jornalística, especialmente das agências, também lhe deve muito pelo seu
esforço, através do sindicalismo ativo e permanente, na contratação coletiva,
nas melhorias de trabalho para os
Gabriela Carvalho Chagas
Lamento imenso, ainda tinha muito para fazer e ele nunca
estava parado. O Valdez era um homem coerente nas suas convicções, uma das
qualidades que aprecio. Foi um privilégio ter crescido profissionalmente ao
lado de pessoas como o Valdez. Que descanse em paz, nós por aqui ficamos
seguramente muito mais pobres.
Fernando Correia de Oliveira
Apesar de estarmos em campos ideológicos bem distantes, sempre nos demos muito bem, como camaradas, aquilo que os jornalistas devem ser, enquanto classe.
Jose Manuel R Barroso
Um bom camarada e uma boa pessoa!
Eduardo Cintra Torres
O Valdez! Tanto gostei de trabalhar com ele, apesar de
apenas um ano! Bom camarada, bom amigo, bom jornalista.
Carolina Dias
Descansa em paz, Guerreiro Fernando Valdez! Homem de coragem e força!
Tomás Quental
A homenagem que faltou fazer ao Valdez
Fernando Valdez, hoje falecido, foi um excelente jornalista,
um excelente sindicalista, uma excelente pessoa e um excelente carácter. Ele
era, de facto e em boa verdade, um homem bom e defensor sempre de boas causas.
Digo isso não porque ele agora desaparece do nosso convívio.
Tive oportunidade de lhe dizer isso mesmo pessoalmente.
Foi um dos melhores colegas que tive na Agência Lusa. Sempre
educado, leal e generoso. Sindicalista firme e muito conhecedor dos assuntos,
era um "osso duro de roer", como por vezes se diz, perante as
administrações da Agência Lusa, o que nunca o impediu de manter boas relações pessoais
com administradores e até de ser amigo de alguns. Não confundia as coisas e os
planos.
O Jornalismo português fica-lhe a dever muito. A Agência
Lusa, mais em particular, fica a dever muito ao Valdez, como era mais
conhecido, pela sua competência, pelo seu profissionalismo e pela sua entrega.
O Fernando Valdez, que deixa um enorme rasto de saudade, não
teve a homenagem que merecia em vida. Lamento imenso!
Curvo-me respeitosamente e muito emocionado ante a sua
memória. O seu notável exemplo ficará para sempre como uma lição para todos
nós.
Ricardo Bordalo
Sim, um homem bom. E de espinha direita. Sobressaia entre os
vergados à volta.
David Gomes
Lamento. O Valdez, um bom amigo. Bom camarada, coerente e
muito boa pessoa. Incansável na defesa dos direitos dos trabalhadores. Os meus
sentimentos à família. Descansa em paz, camarada.
Otilia Leitão
Oh! lamento, os meus pêsames à família e amigos. Tenho boas
lembranças do Valdez e acho que a classe jornalística, especialmente das
agências, também lhe deve muito pelo seu esforço permanente na contratação
coletiva, nas melhorias de trabalho para os jornalistas, mesmo que nem sempre
concordantes com todos. Que descanse em paz.
Martins Morim
Estivemos juntos em tantas batalhas. E pensamos sempre que a
vida é eterna. Notícias como esta são sempre um violento soco no estômago. Meus
sentidos pêsames à família.
Nuno Simas
Do Valdez, guardo a memória de um camarada e jornalista de
corpo inteiro; ensinou-me o pouco que sei de sindicatos, sindicalismo, de ser
dirigente sindical. Fomos, ele, a Rosária Rato e eu, delegados sindicais da
Lusa durante anos. Ele foi “o” dirigente sindical da Lusa. E muito se
conseguiu, na agência, com a sua vontade, a sua força, a sua teimosia.
Era metódico, frontal, direto. Tinha aquela calma
imprescindível para evitar erros, na vida, no jornalismo.
Foi, para muitos, como eu, uma espécie de explicador, de
números, de estatísticas e de outros “mistérios” para os jornalistas que não
gostavam de números nem de estatísticas.
Tive a sorte de conhecer o Valdez, tive a sorte de trabalhar
com o Valdez, tive a sorte de lutar com Valdez.
Obrigado, Fernando
(foto LUSA)
A notícia da LUSA:
O antigo jornalista da agência Lusa Fernando Valdez morreu
esta madrugada aos 73 anos, num hospital em Lisboa, na sequência de um problema
respiratório, confirmou a filha.
Fernando Valdez, que nasceu em 2 de setembro de 1949, entrou
na ANOP (Agência Noticiosa Portuguesa, que deu origem à agência Lusa) em março
de 1975 e saiu da Lusa em setembro de 2015, para a pré-reforma.
Durante o seu percurso foi membro do Conselho Geral do
Sindicato dos Jornalistas de 1996 a 2008 e tesoureiro na Direção de 2010/2012,
presidida por Alfredo Maia.
Foi dirigente sindical na Lusa na década de 90 e foi um dos
subscritores do primeiro Acordo de Empresa.
Fernando Valdez integrou várias editorias da agência,
nomeadamente Economia, Nacional, País, África e Desporto.
Esteve internado recentemente durante duas semanas devido a
uma pneumonia e sofreu depois uma embolia pulmonar.